quarta-feira, 31 de março de 2010

"Fora de Controlo" - o regresso do actor Gibson


Mel Gibson regressa ao estatuto de actor após alguns anos atrás das câmaras, assinando projectos polémicos como "A Paixão de Cristo" e "Apocalypto". A película chama-se "Fora de Controlo" e é a adaptação de uma popular série televisiva dos anos 80. O realizador é o mesmo - Martin Campbell - e o registo formalmente semelhante ao da série.

Mel Gibson interpreta o papel de um detective em busca dos assassinos da filha. O filme resulta num híbrido thriller político e fita de acção, com o carismático actor australiano a carregar aos ombros um argumento pobre, disfarçado de denúncia aos perigos do tráfico de armas químicas e nucleares. Gibson merecia melhor regresso.

Trailer de "Fora de Controlo", de Martin Campbell

terça-feira, 30 de março de 2010

Estado da Nação (17)


Cresce o número de portugueses que não consegue pagar o empréstimo que contraíram para comprar casa, pelo que Justificar completamentea Banca está a tornar-se numa verdadeira agência imobiliária com cada vez mais casas para vender e, por isso, tem vindo a recorrer aos leilões para escoar os imóveis. Em média, estão a realizar-se dois por semana, num total de cerca de 120 imóveis vendidos. Dados relativos a 2009 revelam que das 2700 casas levadas a hasta pública foram vendidas quase duas mil, sucesso que se explica pelo preço, 3o por cento abaixo dos preços de mercado.

Ainda há quem insista em fazer de conta que não há crise?!...

segunda-feira, 29 de março de 2010

rtv marillion.com (2)


E depois de um memorável concerto, nada melhor que assistir à 2ª parte do programa "Ask The Band", onde os Marillion respondem a questões dos fãs, no Racket Club.

Click on the link below to watch episode 1, Part2:
www.youtube.com/user/marilliononline

domingo, 28 de março de 2010

Marillion na Casa de Vila Verde (Caíde de Rei, Lousada)


Foi ontem à noite que os Marillion cumpriram a tão aguardada passagem da digressão "Less is More" por Portugal. O belíssimo concerto aconteceu na Casa de Vila Verde, no concelho de Lousada. O espaço rústico proporcionou o necessário intimismo que o registo acústico exigia. A voz cristalina, harmoniosa e flexível de Steve Hogarth destaca-se ainda mais nesta breve (e rara) viagem da banda pelo tradicional formato de canção. De facto, a opção por depurar as canções que gravaram nas últimas duas décadas, reduzindo-as a uma essência minimalista, conferem-lhes um carácter orgânico, sereno, tranquilo, envolvente, transcendente, metafísico até, pelo que "Less is More" foi, definitivamente, uma aposta ganha, marcando a história desta singular banda britânica.

Todos os momentos do concerto foram fabulosos, mas destaco "Wrapped Up In Time", "This is the 21st Century", "Beautiful", "Fake Plastic Trees" (sublime versão do original dos Radiohead) e "Three Minute Boy". Outros escolherão diferentes temas, mas este é o meu subjectivo objectivo.

"Beautiful" - Marillion ao vivo na Casa de Vila Verde

sábado, 27 de março de 2010

Dia Mundial do Teatro


O Teatro nasceu em Atenas, associado ao culto de Dionísio, deus do vinho e das festividades. Máscaras, trajes de cores vivas e sapatos altos marcam os actores, masculinos, que representavam vários papéis, incluindo os das personagens femininas. As representações eram acompanhadas pelos comentários do coro, que se movimentava na orquestra, juntamente com os músicos.

O Teatro representa não só a entrada num mundo imaginário, mas também na crítica social e política. Em Portugal, Gil Vicente é considerado o fundador do teatro português, no século XVI, e um dos maiores exemplos do dramaturgo ao serviço da denúncia da hipocrisia dos pretensos arautos da moral e dos bons costumes.

Para comemorar este dia, saia de casa e vá ao Teatro. E não se esqueça que nos dias 15, 16 e 17 de Abril às 21h30 haverá "Luz" no Pequeno Auditório do Rivoli, no Porto.
Ensaios de "Luz", pelo GAEDE

sexta-feira, 26 de março de 2010

"Amar... é complicado!" - comédia de Nancy Meyers


Em ano de sucesso para as mulheres que se sentam atrás das câmaras, eis que estreia uma comédia refinada, protagonizada por três das maiores estrelas de Hollywood - Meryl Streep, Steve Martin e Alec Baldwin - e assinada pela nova rainha da comédia romântica, Nancy Meyers.

A história anda em torno de um casal (mal) divorciado (Meryl Streep e Alec Baldwin), que se reencontra durante a festa de fim de curso de um dos filhos, descobrindo que ainda se sentem muito atraídos um pelo outro. No entanto, um outro homem (Steve Martin), também ele ainda a recuperar da ressaca de um divórcio mal resolvido, surge na vida da protagonista, criando um triângulo amoroso, no mínimo, complicado...

Pleno de situações burlescas à boa maneira de tantos clássicos do cinema americano, a fita cumpre os seus objectivos, matando saudades das películas velhinhas de Howard Hawks e Ernst Lubitsch. Recomenda-se!

Trailer de "Amar... é complicado!", de Nancy Meyers

quinta-feira, 25 de março de 2010

Banda sonora para a Primavera (1)


Nesta espécie de Primavera adiada, a música dos Radiohead tem-me feito (boa) companhia. Para os neófitos, recomendo a colectânea "The Best Of". Nada de "OK Computer" ou "Kid A"! Há que ir directo ao osso e - acreditem - é das melhores compilações de que há memória. Senão vejamos: estão lá canções como "Fake Plastic Trees", "No Surprises", "High And Dry", "Creep", "Karma Police", "Paranoid Android", "Idioteque", "Everything in it's Right Place", "Street Spirit (Fade Out)", entre outras grandes músicas.

Pop experimental e rock progressivo pela banda mais interessante dos últimos 20 anos.

"Fake Plastic Trees" - Radiohead

terça-feira, 23 de março de 2010

"Precious" - regresso ao cinema-verdade


"Precious", de Lee Daniels, é um filme inspirado numa história real, cuja acção decorre num bairro pobre de Nova Iorque, em finais da década de 80 do século passado. Trata do calvário de uma adolescente obesa, vítima de maus-tratos da mãe e abusos sexuais do próprio pai, que a engravidou por duas vezes, condenando-a ao insucesso escolar e à exclusão social. No entanto, a entrada num sistema de ensino alternativo vai devolver à jovem Precious a motivação que necessitava para aprender a ler e a escrever e até a sonhar com a entrada na universidade.

"Precious" é, no fundo, uma história de um caso impressionante de resiliência e boa vontade por entre a miséria e podridão humana. Lee Daniels afirma-se como um realizador a ter em conta, capaz de filmar com extrema sensibilidade os sonhos, fantasias, desejos, aspirações, mas também a violência que caracterizam o microcosmos da jovem protagonista. Marca também o regresso do cinema americano ao saudoso realismo de cineastas como John Cassavetes e Sidney Lumet.

"Precious" é um raro caso de cinema-verdade nesta primeira década do século XXI.

Trailer de "Precious", de Lee Daniels

domingo, 21 de março de 2010

Dia Internacional Para a Eliminação da Discriminação Racial


No dia 21 de Março de 1960, cerca de cinco mil pessoas manifestaram-se em Sharpeville, um bairro negro do tempo do Apartheid, na África do Sul. O protesto, organizado pelo Congresso Pan-Africano, opunha-se à chamada "lei do passe", que atribuía aos negros um passaporte que lhes indicava as zonas que podiam frequentar. Para enfrentar o protesto, a polícia recorreu a metralhadoras e matou 69 pessoas, tendo cerca de 180 ficado feridas. Para que tragédias como esta não se repetissem, em 1969 a ONU instituiu o Dia Internacional Para a Eliminação da Discriminação Racial.

sábado, 20 de março de 2010

"A Onda" - a possibilidade da autocracia


Numa escola secundária da Alemanha, um professor leva a cabo uma experiência-limite: a encenação de um estado autocrático na turma. O objectivo é, por um lado, os alunos avaliarem as (des)vantagens da obediência, da disciplina, do conformismo e do sentido de comunidade, e, por outro lado, os adolescentes do século XXI perceberem que uma loucura semelhante ao III Reich poderia voltar a acontecer.

A realização de Dennis Gansel é segura, apesar da cedência a alguns maneirismos do cinema comercial contemporâneo, sobretudo no que concerne à montagem. Os actores estão irrepreensíveis, destacando-se Juergen Vogel, no papel do professor que acaba por perder o controlo da experiência que procurou recriar.

Trailer de "A Onda", de Dennis Gansel

sexta-feira, 19 de março de 2010

rtv marillion.com


Os Marillion estarão em Portugal para um concerto único em Lousada. Será já no próximo dia 27 e os bilhetes já há muito que se encontram esgotados. Espera-se um espectáculo intimista, que terá como fio condutor o álbum acústico "Less is More" (ler post de 20 de Outubro de 2009). Para aguçar o apetite e acalmar a ansiedade, aconselho espreitarem a entrevista com a banda no seu próprio canal de televisão online - Racket Television - onde Steve Hogarth e seus cúmplices de sempre respondem a perguntas de fãs de todo o mundo. Além disso, lançam pistas sobre o processo de composição do próximo disco.

Click on the link below to watch episode 1, Part1:
www.youtube.com/user/marilliononline

quinta-feira, 18 de março de 2010

"Nas Nuvens" - a solidão contemporânea


Um homem que durante a sua vida procurou libertar-se de todos os laços afectivos como ideal existencial e segredo do sucesso no trabalho, redescobre a família e encontra no outro a riqueza da vida, acabando por concluir que afinal todos estamos sós. Uma mulher que procura no artifício uma alternativa ao modelo de vida familiar que escolheu para si. Uma jovem recém-licenciada que aprende a distância entre os modelos teóricos impessoais que estudou e a circunstância da pessoa humana. É este o triângulo de personagens que se interceptam no filme "Nas Nuvens", película cheia de bons actores e uma realização exemplar.

Reflexão sobre o solipsismo urbano contemporâneo, obra existencialista, vem assinada por um nome a reter: Jason Reitman. Ele é, talvez, o cineasta norte-americano mais interessante da nova geração.

Trailer de "Nas Nuvens", de Jason Reitman

quarta-feira, 17 de março de 2010

Depois de tantas conquistas, o lugar das mulheres, afinal, parece ser em casa...


Um quarto dos inquiridos num estudo realizado em 23 países considera que o lugar das mulheres é em casa. Décadas depois do movimento de emancipação feminina - que deu o direito de voto às mulheres, o acesso à vida pública, entre outras conquistas - um em cada quatro dos 24 mil entrevistados considera que a mulher se deve dedicar em exclusivo à vida doméstica. Apesar de este ser um pensamento mais comum em países mais pobres, como a Índia ou a Turquia, em países desenvolvidos, como o Japão, 48 por cento da população pensa o mesmo. Esta tese é mais defendida nas faixas etárias mais jovens, entre os 18 e os 34 anos.

"No século que passou, as mulheres, colectivamente, fizeram grandes avanços em termos de participação na sociedade, mas ainda há grandes barreiras para muitas", considera John Wright, director da empresa que coordenou a sondagem.

terça-feira, 16 de março de 2010

domingo, 14 de março de 2010

"O Complexo Baader Meinhof" - reflexão sobre o terrorismo


Uli Edel é um cineasta alemão conhecido, sobretudo, pelos filmes que assinou em Hollywood - "A Última Saída para Brooklyn"" (1989) e "Corpo de Delito" (1993). "O Complexo Baader Meinhof" é o seu trabalho mais recente e resulta numa interessante reflexão em torno do terrorismo enquanto fenómeno que persegue obsessivamente um ideal político - no presente caso, a anarquia. É também o seu melhor filme.

A película funciona como um incontornável documento político ao reconstituir com um realismo à moda antiga (refiro-me ao cinema engajado de Costa-Gavras, John Frankenheimer e Oliver Stone) o grupo terrorista Baader-Meinhof que operou uma série de assaltos e atentados à bomba durante a década de 70 do século passado, na Alemanha. Retrata com detalhe uma geração que acreditou de facto no mito anarco-trotskista e se inspirou em Fidel Castro, Che Guevara e no Maio de 68, hoje tornados meros objectos de interesse sociológico e iconográfico. Por cá, tivemos as FP-25, só é pena não termos um cineasta que se interesse pela revisitação dos anos que se seguiram ao 25 de Abril.

Trailer de "O Complexo Baader Meinhof", de Uli Edel

sábado, 13 de março de 2010

Estado do Mundo (10)


De acordo com um grupo de climatologistas alemães e russos, que analisou os isótopos e partículas de pólen retirados dos sedimentos marítimos de lagos da Alemanha e da Rússia, antes da última Idade do Gelo, há 115 mil anos, a Terra atravessou, pelo menos, dois curtos e sucessivos períodos de aquecimento, pelo que concluem que a instabilidade do clima possa ser "uma propriedade natural de uma tal fase de transição".

sexta-feira, 12 de março de 2010

A Turquia também somos nós (1)


Um sismo atingiu a província de Elazig, na Turquia, durante a madrugada do passado dia 8 de Março. Bastou um minuto para deixar para trás um amontoado de escombros. O sismo de magnitude 5.9 na escala de Richter matou pelo menos 57 pessoas e as cerca de 25 réplicas que se seguiram trataram de destruir o que ficou de pé nas seis aldeias de Elazig. Atravessada por uma falha sísmica, esta é uma região onde um abanão pode causar verdadeiras tragédias devido às frágeis construções em adobe.

Só este ano a Natureza já deu provas da pequenez humana, pelo menos 4 vezes: no Haiti, na Madeira, no Chile e na Turquia. E ainda nos julgamos donos da Terra?

quinta-feira, 11 de março de 2010

"Alice no País das Maravilhas" - Lewis Carroll por Tim Burton


Após assistir ao novo filme de Tim Burton, fiquei com a sensação de que Lewis Carroll escreveu "Alice no País das Maravilhas" para um dia a obra literária ser transfigurada por aquele enorme cineasta. Não é a primeira vez que Burton adapta magistralmente um clássico da literatura fantástica - recorde-se "Sleepy Hollow" ou "Sweeney Todd" (leia-se o post de 28 de Dezembro de 2009, publicado neste blog). Mas o filme que agora se recomenda é a afirmação do realizador de "Eduardo Mãos de Tesoura" como um dos últimos grandes estetas da 7ª Arte.

Desengane-se quem espera ver neste "Alice..." uma adaptação fiel do romance de Lewis Carroll. Tal expectativa deverá ficar reservada a quem desconhece o cinema de Tim Burton. Pelo contrário, o realizador coloca Alice como uma jovem de 17 anos prestes a receber uma proposta de casamento de um irritante Lord inglês. Sonhadora e aventureira como o pai, Alice regressa à toca do coelho, que estava recalcada nas grutas do seu inconsciente, descobrindo-se como mulher livre que aspira a muito mais que fazer parte de uma entediante família real.

Por aqui passam as célebres personagens do romance de Carroll, que fazem há muito parte do imaginário popular, materializadas agora pelo sentido visionário, excêntrico e sempre genial de Tim Burton.

Trailer de "Alice no País das Maravilhas", de Tim Burton

quarta-feira, 10 de março de 2010

Banda sonora para o Inverno (10)


Os 10cc foram uma banda rock que durante as décadas de 70 e 80 fizeram da experimentação o seu rumo estético, ocupando hoje, indubitavelmente, um espaço único na história da melhor música gravada na segunda década do século XX. Muitos apenas se lembram deles como os autores da balada "I'm Not In Love", que foi alvo de inúmeras versões por outras bandas e artistas. Nada mais injusto e redutor do que remetê-los para essa única canção que, de resto, não ilustra a originalidade e a diversidade criativa de que o grupo foi capaz. Para comprovar isso, recomendo a audição atenta do disco "The Very Best Of 10cc".

Para mim, "Cry" (assinada por Godley and Creme, os dois músicos mais activos dos 10cc) figura como a canção mais inesquecível da banda e uma das melhores baladas de sempre. Além disso, é inevitável associá-la ao fabuloso vídeo realizado, precisamente, por Godley e Creme.

"Cry" - 10cc

terça-feira, 9 de março de 2010

And the Oscar goes to... "The Hurt Locker"


Talvez muitos espectadores que viram e gostaram (ou simplesmente ouviram falar) do filme "The Hurt Locker" (que recebeu um título em português demasiado infeliz para ser verdade - "Estado de Guerra"), desconheçam que a realizadora, Kathryn Bigelow, é já uma cineasta veterana (o seu primeiro filme é de 1982). Com uma filmografia curta, mas muito, mesmo muito digna, a cineasta não se distingue, curiosamente, por um olhar feminino sobre a realidade humana. Bem pelo contrário, os protagonistas dos seus filmes são normalmente homens em situações-limite. "Point Break" (1991) e "Strange Days" (1995) são, definitivamente, os dois melhores filmes de acção dos anos 90 e trazem a assinatura daquela movie maker.

Kathryn Bigelow é a cineasta do momento. Vencedora dos prémios BAFTA 2010 nas principais categorias (incluindo melhor filme e melhor realizadora), foi a grande surpresa da noite dos Óscares, sobretudo se tivermos em conta que "The Hurt Locker" é uma longa-metragem de baixo orçamento, o que a ter em conta o outro favorito - a obra-prima "Avatar", de James Cameron -, a cerimónia acabou por ser uma espécie de David contra Golias. Situação, aliás, que se tem repetido nos últimos anos - basta lembrar "Crash", de Paul Haggis (2006) e "Slumdog Millionaire, de Danny Boyle (2009). Não direi que o filme de Bigelow seja melhor que o de Cameron, mas é uma obra filmada com um elevado sentido de mise-en-scène e extremamente actual.

Reflexão em torno da guerra enquanto acto irracional mas - e talvez por isso - viciante, como uma droga, "The Hurt Locker" tem a Guerra do Iraque como pano de fundo. Ora, tema tão delicado e polémico não existe na história americana do século XXI, sendo, aliás, uma autêntica pedra no sapato para a admnistração Obama. Claro que no discurso da praxe, a realizadora acabou por ser politicamente correcta, agradecendo aos militares americanos espalhados pelo mundo fora a coragem de lutar pela sua pátria.

Para quem ainda não viu a oscarizada película de Kathryn Bigelow, o filme está a ser reexibido nas salas de cinema e acabou de sair em DVD.

Trailer de "The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher


Há 145 anos, a 8 de Março de 1857, um grupo de trabalhadoras de uma fábrica do sector têxtil, em Nova Iorque, iniciou uma das primeiras marchas femininas de protesto. As mulheres estavam unidas contra os baixos salários, o período alargado de carga horária e as más condições de trabalho. Desde 1975 que este dia é celebrado pela ONU como o Dia Internacional da Mulher, com o objectivo de homenagear todas as mulheres que lutaram - e continuam a lutar - por direitos igualitários.

Como sabemos, muito ainda está por fazer até que a igualdade entre sexos seja uma realidade.

"Woman" - John Lennon

domingo, 7 de março de 2010

O Chile também somos nós (1)


A população chilena dormia tranquilamente durante a madrugada de 27 de Fevereiro quando o chão tremeu. O sismo de 8.8 graus na escala de Richter tirou a vida a mais de 700 pessoas e cerca de dois milhões ficaram desalojadas. A procura de alimentos, as pilhagens e a busca de eventuais sobreviventes por entre os escombros dos edifícios trouxeram à memória o drama, ainda tão recente, vivido no Haiti.

Segundo o especialista da NASA, Richard Gross, o sismo provocou um deslocamento de oito centímetros do eixo do planeta e os dias na Terra podem ter sido encurtados em 1,26 microsegundos. Também por isso, o Chile somos todos nós.

sábado, 6 de março de 2010

"Luz" no CALE-se 4


Hoje, pelas 21h45, o GAEDE apresentará um excerto de "Luz", o seu novo espectáculo. Não será ainda a versão definitiva do trabalho, tal como o apresentaremos nos dias 15, 16 e 17 de Abril no Rivoli, mas será uma boa amostra da peça que estamos a ultimar.

O CALE-se 4 é um Festival Internacional de Teatro que decorre na Associação Recreativa de Canidelo (Rua do Meiral, 51 - junto ao Cruzamento dos 4 Caminhos), em Vila Nova de Gaia.

"Luz" é uma parábola ecológica situada num cenário pós-apocalíptico.

Algures, num tempo e num espaço indeterminados, o que resta da humanidade vagueia à procura de alimento ou de terra arável. Dois pequenos grupos de resistentes lutam desesperadamente pela sobrevivência, procurando abrigo junto a um pequeno oásis onde uma árvore de fruto permanece milagrosamente num território estéril. Ela é a última solução para essa humanidade errante, o elemento sobrenatural naquele cenário árido, uma espécie de presença divina no meio da miséria humana. No entanto, um vagabundo faminto vai quebrar a aparente harmonia daquele pobre mundo, levando os dois grupos ao confronto. Com ele, a incompreensão volta a determinar as acções humanas, assim como o medo pelo desconhecido, a inveja e a avareza.

Apareçam!

quinta-feira, 4 de março de 2010

"Espião nas Horas Vagas" - filme de acção para os mais pequenos


Brian Levant é um artesão da sétima arte sem mais pretensões que dirigir pequenas comédias familiares que sirvam os propósitos da indústria de Hollywood, a saber: fazer dinheiro. Desta vez, juntou-se a Jackie Chan, actor chinês nascido em Hong Kong, mundialmente conhecido pelos seus invejáveis dotes como acrobata. Em "Espião nas Horas Vagas", interpreta o personagem de um superagente da CIA apaixonado pela vizinha do lado. O problema é que ela tem três filhos que o odeiam visceralmente e, certo dia, pede-lhe que cuide deles por um breve período em que, motivos de força maior, a obrigam a ausentar-se. Ele aceita com um sorriso nos lábios. No entanto, o caos instala-se quando um dos petizes copia da Internet um código secreto de valor incalculável...

No filme de Levant sucedem-se os habituais momentos de humor e números de artes marciais, como uma estonteante sessão de pancadaria com duas frigideiras sempre em movimento, imitando o som e o ritmo de um instrumento de percussão. É um filme banal para os adultos, mas extremamente divertido para as crianças. Por elas, vale a pena ver a fita.

Trailer de "Espião nas Horas Vagas", de Brian Levant

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Madeira também somos nós (1)


"A tragédia madeirense talvez possa servir de exemplo para o que Portugal precisa: união de esforços para seguir em frente afastando, um a um, os obstáculos, que são muito grandes."
Paulo Ferreira, Jornal de Notícias

segunda-feira, 1 de março de 2010

Estado do Mundo (9)


Depois de 40 dias desaparecida, uma adolescente de 16 anos, de nome Medine Memi, foi encontrada morta no Sudeste da Turquia. A jovem foi encontrada enterrada dois metros abaixo do nível do solo num curral de galinhas. A autópsia revelou que vítima foi enterrada viva e com plena consciência. Tudo leva a crer que o homicídio terá sido cometido pelo próprio pai e pelo avô da menina como forma de "limpar a honra da família" que "era infeliz por Medine sair com rapazes".

A Idade Média em pleno século XXI? Como pode o governo turco insistir nas suas pretensões de integrar a União Europeia?

Breves notas sobre o cinema de Wong Kar Wai (6) - "Disponível Para Amar" (2000)

E, no ano da graça de 2000, Wong Kar Wai alcançou o zénite da sua (sétima) arte com a obra-prima Disponível Para Amar . É (mais) uma históri...