Fabuloso editorial de Miguel Francisco Cadete, diretor da revista Blitz, na edição de outubro. No artigo de opinião, confronta-se o universo discográfico de 1991 (ano de discos como "Use Your Illusion" dos Guns'N'Roses, "Ten" dos Pear Jam, "Blood Sugar Sex Magik" dos Red Hot Chili Peppers, "Achtung Baby" dos U2, "Out Of Time" dos REM, e "Nevermind" dos Nirvana) com o mundo das edições de música de 2011. De facto, muita coisa mudou desde esse ano dourado (talvez o último) do rock.
1991 foi, também em Portugal, um ano de clássicos como "Rock in Rio Douro" dos GNR, "Tinta Permanente" de Sérgio Godinho, e "O Fogo" dos Sétima Legião. "Entretanto, aconteceu a massificação da internet. Ganhámos a livre circulação de música - que se tornou fluida e sobretudo grátis - e perdemos, não há maneira de não reconhecer esta verdade, toda a aura, mistério e estatuto a que um maníaco por música acedia quando comprava um daqueles discos. Isso não existe mais, graças ao download gratuito. (...)
Cá, como lá, essa foi também a última época de ouro da indústria discográfica que, ainda hoje, não sabe como reagir à evolução que a tecnologia impôs. Um dia destes, valerá a pena fazer as contas entre o que ganhámos e o que perdemos", escreve Miguel Francisco Cadete.