sábado, 31 de dezembro de 2011

Listas para recordar 2011

10 filmes:

1- "Tron: O Legado" - de Joseph Kosinski
2- "Herafter - Outra Vida" - de Clint Eastwood
3 - "72 Horas" - de Paul Haggis
4 - "Indomável" - de Joel e Ethan Coen
5 - "Num Mundo Melhor" - de Susanne Bier
6 - "Super 8" - de J. J. Abrams
7 - "As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne" - de Steven Spielberg
8 - "Um Método Perigoso" - de David Cronenberg
9 - "Meia-Noite em Paris" - de Woody Allen
10 - "Tamara Drewe" - de Stephen Frears

10 discos:

1 - Kanye West: "My Beautiful Dark Twisted Fantasy"
2 - Jorge Palma: "Com Todo o Respeito"
3 - David Murray Cuban Ensemble: "Plays Nat King Cole En Español"
4 - Incubus: "If Not Now, When?"
5 - Michel Legrand: "Noël! Noël!! Noël!!!"
6 - Cavalli Cocchi Lanzetti Roversi: "CCLR"
7 - Jon Anderson: "Survival and Other Stories"
8 - GNR: "Voos Domésticos"
9 - Pat Metheny: "What's It All About"
10 - Sérgio Godinho: "Mútuo Consentimento"

10 livros:

1 - "As Mentiras de Locke Lamora" - de Scott Lynch
2 - "Alfreda ou a Quimera" - de Vasco Graça Moura
3 - "Os Doze" - de William Gladstone
4 - "Vício Intrínseco" - de Thomas Pynchon
5 - "Catedral" - de Raymond Carver
6 - "A Questão Finkler" - de Howard Jacobson
7 - "Abraço" - de José Luís Peixoto
8 - "Azul Longe Nas Colinas" - de Dennis Potter
9 - "Como Os Políticos Enriquecem Em Portugal" - de António Sérgio Azenha
10 - "As Aventuras de Mr. X" - de João Gata


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

"Meia-Noite em Paris" - um dos melhores filmes de 2011

Cada novo filme de Woody Allen é um acontecimento cinematográfico e todos as suas obras - insisto: todas! - são verdadeiros deleites para os sentidos e a razão. Desde o argumento, à fotografia, passando pelo jazz e swing da banda sonora, até ao elenco de luxo (e sempre a comprovar que, como bem dizia Hitchcock, não há maus atores mas sim maus realizadores) o visionamento das fitas do cineasta nova-iorquino são sempre um dos grandes momentos de cinefilia do ano.

Que fique claro: "Meia-Noite em Paris" vai ficar como um dos melhores filmes do ano que está prestes a findar, assim como uma das películas maiores da extensa filmografia de Allen. 

Depois de, na década de 90, ter dançado com Goldie Hawn na margem do Sena em "Toda a Gente Diz que te Amo", o realizador faz agora de Owen Wilson o seu alter-ego e atira-o pelos espaços mais emblemáticos de Paris e pelas eras mais notórias que esta cidade viveu. Aquele ator interpreta o papel de Gil, um escritor fascinado pela carga romântica de Paris e que tem como objetivo de vida mudar-se para esta capital. Todavia, a sua noiva, Inez, é uma irritante americana, que não partilha nem das aspirações de Gil a tornar-se romancista, nem da sua atração pela cidade das luzes. No auge do choque de interesses entre os dois, Gil entra num velho táxi que, surpreendentemente, o conduz até aos loucos anos 20 e até encontros com escritores e artistas ilustres (Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Picasso, Dalí, Buñuel, Cole Porter, entre outros).

Formalmente, "Meia-Noite em Paris" é uma insólita e romântica viagem no tempo construída diálogos precisos e caricaturas hilariantes das celebridades que habitavam Paris no início do século XX; mas, na sua essência, trata-se de uma reflexão sobre como todos lamentamos o presente e desejamos ter vivido num passado mais glamoroso. Belíssimo!

Trailer de "Meia-Noite em Paris", de Woody Allen

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"Mother and Child" - ode à maternidade, por Rodrigo García

A ideia de humanidade, no sentido filosófico do termo, tem sido o tema central dos argumentos de Rodrigo García nas películas que celebrizaram Alejandro González Iñárritu ("Amor Cão", "21 Gramas" e "Babel"). Aquele argumentista estreou-se na realização com o filme "Mother and Child" (que em Portugal, recebeu o título, francamente mais pobre, "Mães e Filhas").  No centro deste comovente drama está a quebra forçada dos laços maternais na relação distante entre uma mãe e uma filha que se vêem para sempre separadas, vivendo revoltadas com o mundo que não lhes proporcionou o direito ao afeto maternal. A par desta história, um jovem casal decide adotar uma criança. Estas relações de amor quebrado têm um sinónimo muito próprio em vidas que estão unidas pela procura do amor ausente e do significado de ser mãe. 

As interpretações são fortíssimas (sobretudo, a sempre subtil Annette Bening) e, apesar das histórias se entrecruzarem, cada fio narrativo distinto é uma identidade forte que poderia existir por si mesma. "Mother and Child" é um drama de sentimentos sublinhados; uma obra-prima que celebra a vinculação mãe-bebé. 

Trailer de "Mother and Child", de Rodrigo García

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Afeganistão também somos nós (2)

Perto do fim do ano, retomo o tema do post aqui publicado no passado dia 15. Trata-se de mais um caso de violação grave dos Direitos Humanos fundamentais, nomeadamente o direito à dignidade que advém da liberdade de poder escolher quem queremos amar. 

A recusa do enlace da filha com um homem que considerou irresponsável e provocador fez com que uma família afegã fosse vítima de um ataque bárbaro. Mumtaz, de 18 anos, ficou noiva de um outro rapaz, um parente próximo. Semanas depois, a casa da família foi invadida por um grupo de homens armados que espancaram o pai e derramaram ácido sobre o casal e as três filhas. O incidente aconteceu na cidade de Kunduz, no Afeganistão, neste mês de dezembro. É bom lembrar que não há Natal em qualquer parte do mundo.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Aos leitores deste blogue, desejo um Natal pleno de luz, saúde, amizade, paz e sabedoria na esperança de que cada um de nós seja, pelo menos uma vez no ano, em si mesmo Amor.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Banda sonora para o inverno (17)

O CD Noël! Noël!! Noël!!! é uma espécie da caixinha de surpresas: uma constelação de estrelas reunidas pelo espírito natalício. Iggy Pop canta "The Little Drummer Boy"; o mesmo artista em reunião improvável com Carla Bruni, Rufus Wainwright, Madeleine Peyroux e Emilie Simon na interpretação de "Noël d'Espoir"; Jamie Cullum a dar a voz a "Let It Snow", e por aí fora. Mas o brinde do bolo-rei é saber que os arranjos e orquestrações destas christmas carols foram da responsabilidade do veterano músico Michel Legrand.

Michel Legrand - "Noël! Noël!! Noël!!!"
Miniatura


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

TIME (6) - personalidade do ano: o manifestante

A Primavera Árabe resultou da indignação e do inconformismo, e a luta pela democracia, em que se traduziu, teve o apoio dos países ocidentais, porque só a democracia promove o respeito pelos Direitos Humanos. Mas estarão as democracias ocidentais, hoje, com as suas políticas e a financeirização da economia que sustentam, a promover os Direitos do Homem? Os desempregados jovens, cada vez mais qualificados, materializam as estatísticas de forma arrepiante, por estarem não apenas à nossa porta mas dentro de casa, à espera, à espera. Todavia, são muitos aqueles que não se conformam com a falta de oportunidades e com o horizonte de esperança que os governantes das democracias históricas e consolidadas teimam em, progressivamente, encurtar. 

Este ano, um pouco por todo o mundo, milhões de indignados foram para a rua em ações de protesto (mais ou menos) organizadas - e prometem não desistir. Por isso, a revista TIME considerou que a figura do ano 2011 foi, precisamente, the protester.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"Tournée - Em Digressão" - Mathieu Amalric em estado de graça

Ator em "As Múmias do Faraó - As Aventuras de Adele Blanc", de Luc Besson ou "007 - Quantum of Solace", de Marc Forster, apenas para referir alguns dos filmes mais recentes, Mathieu Amalric tem também construído uma carreira discreta atrás das câmaras. No caso concreto de "Tournée - Em Digressão", Amalric repartiu-se com sucesso pelas duas áreas, filmando a história, por si protagonizada, de Joachim, um ex-produtor de televisão parisiense que, após uma temporada nos EUA, regressa ao seu país com um grupo de bailarinas do novo burlesco contratadas para uma digressão por várias salas francesas e a quem prometeu uma entrada vitoriosa em Paris. Mas o périplo da trupe, por pequenas cidades de província, passa por vários dissabores. Tudo tentando para conseguir um contrato numa sala parisiense, Joachim vai esbarrar na inimizade ou no desprezo de antigos colegas de profissão. Além disso, a sua relação com a ex-mulher e os filhos não podia ser pior. Para agravar, a falta de dinheiro e de perspetivas está a condenar o espetáculo fantasioso e sensual das showgirls, pelo que Paris e a promessa de glória acabará por ser um sonho que nunca se cumprirá.

Um filme inspirado de um ator/realizador em estado de graça.

Trailer de "Tornée - Em Digressão", de Mathieu Amalric

domingo, 18 de dezembro de 2011

Um "Abraço" ao Zé Luís

Dirijo um grupo de teatro no colégio onde trabalho. O grupo chama-se GAEDE e este ano letivo estou a encenar uma adaptação da obra "Morreste-me", de José Luís Peixoto. Trata-se de um pequeno livro delicado, simultaneamente forte e frágil como todas as grandes obras literárias que emanam do coração do seu autor. Há cerca de 2 meses atrás contactei aquele escritor no sentido de lhe pedir autorização para mexer na referida obra, de modo a levá-la a palcos com a dignidade que tem e merece. José Luís Peixoto demonstrou imediatamente toda a sua generosidade, mostrando entusiasmo e aceitando ser cúmplice desta aventura. Progressivamente, "Morreste-me" está a tornar-se em algo diferente, mas sempre com o maior respeito pelo texto, daí o nome da peça que conto levar à cena durante o primeiro semestre do próximo ano - "Nunca te deixei partir". É a obra do escritor, agora reinterpretada por um encenador e por vários jovens atores.

Na sexta-feira tive a honra de conhecer o mais interessante escritor português da minha geração. Aconteceu numa livraria de Vila Nova de Gaia, onde José Luís Peixoto esteve a promover o seu novo livro, "Abraço". Constatei ali, naquela noite fria de dezembro, se alguma dúvida restasse, que este autor é alguém que mantém a atitude de sabedoria que nasceu com a Filosofia da Grécia Antiga e expressa na humildade socrática "só sei que nada sei". Leia o "Abraço" fraterno, verdadeiro e sincero e descubra a honestidade de um brilhante artesão da palavra. São crónicas e contos vincadamente autobiográficos, que nos agarram da primeira à última palavra. 

José Luís Peixoto nunca se cansa de dizer "obrigado" e preza abraços quentes, peito com peito. Zé Luís, eu é que agradeço e envio aquele abraço, na expectativa de um caloroso reencontro.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Os Simpsons fazem 22 anos

A mais conhecida família amarela do planeta começou a dar nas vistas há exatamente 22 anos. De então para cá, conquistou 25 Emmys e uma estrela no passeio da fama, em Hollywood. A partir de Springfield, os Simpsons satirizam a cultura e a sociedade norte-americana, a televisão e toda a condição humana. Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie são cinco nomes que os fãs não esquecem. Por esta altura, a FOX transmite a vigésima temporada e a RTP 2 não os esquece, aos domingos à noite.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Sem Nome"

Cary Joji Fukunaga estreou-se na cadeira de realizador com a brutal película "Sem Nome". Este objeto fílmico é um retrato nu e cru do drama vivido por inúmeros jovens que tentam fugir da miséria e da violência de países da américa latina em direção ao sonho americano. "Sem Nome" é, sobretudo, um corajoso conto de lealdade e redenção filmado com garra e interpretado por atores que encarnam com sinceridade a verdade dos seus personagens. 

A presente fita venceu os prémios para Melhor Realizador e Melhor Fotografia no Festival de Sundance 2009 e do prémio para Melhor Realizador Estreante no Festival de Edimburgo 2009.

Trailer de "Sem Nome", de Cary Joji Fukunaga

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Afeganistão também somos nós

Uma mulher afegã foi violada pelo marido de uma das primas. Não contou a ninguém, mas dessa divulgação resultou uma gravidez. Foi julgada por adultério e condenada a 12 anos de prisão. Há dois anos que cumpre a pena com a sua filha. Para poder sair em liberdade foi-lhe dada a possibilidade de casar com o seu agressor. Mesmo que decida casar-se, esta jovem de 21 anos corre perigo de vida por ter "desonrado" a sua família e a do agressor. A dignidade humana no Afeganistão não tem qualquer valor. Perto do Natal é fundamental refletirmos sobre o privilégio de sermos europeus e tomarmos consciência de que não há crise pior que a crise de valores éticos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Banda sonora para o outono (23)

José Cid acaba de lançar o álbum "Quem tem medo de baladas". Esperemos que seja o mote para a definitiva reconciliação da crítica com um dos mais brilhantes compositores nacionais.

Em boa verdade, foi um longo e acidentado caminho desde os tempos do Quarteto 1111 (para quem não sabe, foi talvez a melhor banda rock cá do burgo entre as décadas de 60 e 70 do século passado) até ao disco de que agora se fala. Pelo meio, aconteceu o surpreendente disco "10.000 anos depois entre Vénus e Marte" (1978), um marco na história do rock progressivo, que viria mais tarde a obter reconhecimento internacional, sendo incluído numa lista da Billboard dos 100 melhores álbuns desse tão inovador género musical. Como este multifacetado músico conciliou este disco com a participação em inúmeros festivais da canção será tema para uma merecida e exaustiva biografia, a ser lançada, quiçá, um dia.

"Quem tem medo de baladas" é um grande disco para este fim de outono, capaz de desfazer qualquer dúvida dos melómanos mais céticos em relação ao cantautor. Senão vejamos: tem a participação de Os Corvos (na canção de abertura, "Tocas Piano"), composições de Gary Brooker (o poético "Cavalos de Fão"), António Carlos Jobim (o clássico "Discussão"), Vitorino (a popular "Bárbara dos Trovões"), Donovan (o saudavelmente destrambelhado "Mellow Yellow") e do próprio José Cid (de resto, a maioria dos temas são assinados pelo próprio artista); as letras são do autor do clássico "20 anos", mas também resultam de poemas de Sophia de Mello Breyner (o inspiradíssimo "Um dia") e de Ana Sofia Cid (que aqui se estreia num dueto com o pai em "Tempestades"). Cereja no topo do bolo: "Quem tem medo de baladas" termina com um medley, simbolicamente intitulado "Canções de sempre" - designação que só um artista (com "A" maiúsculo) como Cid se pode dar ao luxo (e arrogância!) de advogar. Aos 69 anos, não precisa de provar nada ao país - as suas canções falam por si e ficarão para sempre.

José Cid - "Um louco amor"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Legendar o silêncio icónico (9) - o fim de uma ideia romântica da Europa


Será este o princípio do fim de uma certa ideia de Europa? Pelo menos, uma coisa é certa: se o barco europeu se afundar, terá uma assinatura a duas mãos - Merkozy.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Perguntas ao Sr. Presidente Cavaco sobre Oliveira e Costa, Duarte Lima, e Dias Loureiro


Gostava de ouvir o Presidente Aníbal Cavaco Silva falar um pouco sobre estes três senhores. Acólitos, amigos de casa, colegas de partido, de governo e de lideranças, conselheiros e companheiros de aventuras e lutas partidárias, vizinhos de Verão e sardinhadas.
Exmo. Sr. Presidente da Republica,
Tendo em conta tudo o que se tem passado, deixo-lhe algumas perguntas que me têm assolado o espírito, e estou certo que o de muitos portugueses, e que gostaria de ver respondidas, sabendo que jamais isso acontecerá.
1 - Onde pára Dias Loureiro?
2 - Há quanto tempo não fala com ele?
3 - Dias Loureiro foi Conselheiro de Estado. Alguma vez seguiu os conselhos dele?
4 - Não acha estranho que alguém que diz não ter posses e declarar uma miséria ir depor de Jaguar com motorista?
5 - Conseguia emprestar 5 euros a Dias Loureiro para ir ao café, sem pedir fiador na operação?
6 - Se nunca soube absolutamente nada do que se passava no BPN e na SLN, de que falava com esta rapaziada quando se juntavam na vivenda "Mariani"? Agora à distância, não se sente de alguma forma "traído" por lhe terem escondido tanta coisa?
7 - Oliveira e Costa é um bom vizinho no Algarve, ou é daqueles chatos que aparece a dizer que lhe faltou a luz por causa da andorinha que fez ninho na caixa da electricidade e depois fica até se acabar a garrafa de Chivas?
8 - O Sr. Presidente era homem para aplicar 200 mil euros seus numa poupança recomendada pelo seu amigo Oliveira e Costa? (na resposta considerar que este senhor perdeu 275 mil euros com a venda de acções que lhe fez)
9 - Acha que Duarte Lima "despachou" a velha no Brasil? (Se a resposta for não passar à pergunta 11)
10 - O que o leva a crer que sim? Alguma vez viu Duarte Lima ser agressivo com um idoso?
11 - Considera ter azar com os amigos que escolhe ou gosta de se rodear de gente com problemas com a justiça, desde crimes de colarinho branco aos de sangue?
12 - Acha que é injusto o provérbio português "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" ou concorda com ele?   
13- Esta é minha: Não se sente Ali-Bábá? Estes, e muitos mais que 40, "governaram", "aconselharam", "legislaram" e roubaram milhões ao Povo Português.
Tiago Mesquita, Expresso, 13/09/11

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Love Happy" - o último filme dos irmãos Marx

"Love Happy" (que em Portugal teve direito ao ridículo título "Loucos Por Mulheres") é uma divertida comédia realizada por David Miller, em 1949, e protagonizada pelos irmãos Marx. A história (coisa de somenos importância em qualquer película com Groucho Marx e seus compinchas) anda em torno em torno do desaparecimento dos diamantes Romanoff, escondidos numa lata de sardinhas portuguesas, que vão parar a uma companhia de artistas falidos, prestes a estrear um novo musical. 

À semelhança de fitas como "Uma Noite na Ópera" (Sam Wood, 1935), "Love Happy" é um espetáculo dentro de um espetáculo com números musicais e gags mirabolantes, especialmente os solos de Harpo Marx, um genial comediante silencioso. Além disso, o filme tem uma breve, mas fulgurante aparição de Marilyn Monroe, naquela que foi a sua primeira experiência cinematográfica. Só por isso já se justificava o visionamento da presente obra, se bem que há outros motivos de interesse que garantem 90 minutos bem divertidos em frente ao pequeno ecrã. 

Excerto de "Love Happy", de David Miller
Miniatura

domingo, 4 de dezembro de 2011

Prolegómenos a toda a educação futura (2) - brilhante discurso de Amanda Gurgel

Eis um discurso de uma professora brasileira que põe realmente o dedo na ferida. Não há nem vozes isoladas, nem dirigentes sindicais cá no burgo, que revelem tamanha coragem e frontalidade. Para ouvir e refletir, obrigatoriamente!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Banda sonora para o outono (22)

Para que fique claro: Jorge Palma é o melhor músico português. Responsável por uma carreira que, apesar de nem sempre regular, prima pela coerência, rigor e honestidade, o cantautor nunca fez cedências artísticas; na verdade, Jorge Palma sempre fez o que lhe deu na real gana. Não são muitos os compositores que se podem gabar disso. Acaba de editar um novo disco, "Com todo o respeito", que reúne treze lindíssimas canções a fazerem a ponte entre a música ligeira portuguesa e o rock de inspiração norte-americana. Como bónus, temos dois duetos, um com Cristina Branco ("O mundo e a casa") e outro com Flak ("Mais um comboio", talvez o tema mais bonito do álbum), bem como a primeira colaboração de Palma com o escritor José Luís Peixoto ("Pensámos em nada"). "Com todo o respeito" já tem dois singles: "Tudo por um beijo" (escrito para o filme "A Bela e o Paparazzo", de António-Pedro Vasconcelos) e "Página em branco". Mas há muitos mais pontos de interesse, nomeadamente o belíssimo "Anjos de Berlim" e o melancólico "Imperdoável" (canção com uma das mais memoráveis letras do artista).

"Com todo o respeito" é mais um Palma vintage, banda sonora para todas as estações.

Jorge Palma - "Página em branco" 






Breves notas sobre o cinema de Wong Kar Wai (6) - "Disponível Para Amar" (2000)

E, no ano da graça de 2000, Wong Kar Wai alcançou o zénite da sua (sétima) arte com a obra-prima Disponível Para Amar . É (mais) uma históri...