sábado, 27 de dezembro de 2014

Natal

Gosto do Natal porque o vejo exatamente da mesma forma como quando tinha cinco ou seis anos: a festa do nascimento de um homem bom, que enxotava os vendilhões, desprezava cobardes e não tinha medo de nada. Redescubro em cada Natal esse exemplo de força e alegria. Nunca me interessou perceber se Jesus era ou não filho de Deus - aliás, uma das coisas que aprendi com ele foi a não selecionar as pessoas pelos nomes de família. Basta-me que tenha existido.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal

Aos leitores deste blogue, desejo um Natal pleno de luz, saúde, amizade, paz e sabedoria na esperança de que cada um de nós seja, pelo menos uma vez no ano, em si mesmo Amor.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Prémio Nobel da Paz 2014

A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi receberam na semana passada, em Oslo, o prémio Nobel da Paz, pelo trabalho na defesa dos direitos das crianças. Malala lutava pelo direito das meninas à educação quando, em outubro de 2012, foi baleada na cabeça pelos talibãs; com 17 anos, é a mais jovem premiada de sempre. Satyarthi, 60 anos, coloca a vida em risco para salvar milhares da escravatura infantil. Por crianças esquecidas e silenciadas, Paquistão e Índia reconciliaram-se. Por umas horas.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Duas peças de Simon Stephens: "Um Precipício no Mar" e "Punk Rock"

Ler Teatro (refiro-me a textos pensados para o palco) é uma experiência criativa: exalta a imaginação, levando o leitor a idealizar a sua própria encenação; o leitor tem, assim, a oportunidade de transcender o seu lugar natural - o de ser público/espectador -, assumindo, hipoteticamente, o papel de encenador.

Neste contexto, recomendo a experiência de leitura de duas peças de Simon Stephens, dramaturgo nascido em 1971, em Stockport, Cheshire: Um Precipício no Mar e Punk Rock estão editadas num único volume da apaixonante coleção Livrinhos de Teatro, dos Artistas Unidos.

O primeiro texto é um monólogo desencantado sobre a perda, a irremediável e autoflagelante dor de um pai perante a absurda morte da filha. Por seu turno, Punk Rock é uma peça áspera sobre adolescência e bullying.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Banda sonora para o outono - Genesis: "R-Kive"

Com Pink Floyd e Yes, os Genesis formam o sacrossanto triunvirato do rock progressivo. Acabam de lançar o seu mais detalhado acervo com o triplo R-Kive. Trata-se de uma coletânea que reúne excertos das três fases da banda britânica, além de músicas representativas dos projetos de Peter Gabriel, Steve Hackett, Tony Banks, Mike Rutherford e Phil Collins fora dos Genesis. Num século que parece apostado em eliminar a memória dos clássicos da cultura popular, é bom lembrar que os Genesis trouxeram ao mundo obras como Selling England by the Pound, Foxtrot, The Lamb Lies Down on Broadway, Wind & Wuthering e A Trick of the Tail. Ouvir Genesis, hoje, é saber que houve um tempo em que os músicos populares não temiam o risco e procuravam persistentemente fazer Arte. E, mais estranho, vendiam a sua obra às massas. Era o tempo em que as estações de televisão e as emissoras de rádio cumpriam o seu papel de educar o público.

Ouçam-se canções como The Carpet Crawlers e Mama e compare-se com o que hodiernamente se ouve nas rádios. A música dos Genesis não tem paralelo com a maioria do rock contemporâneo, sendo, ainda hoje, mais moderna e ousada do que aquilo que se ouve por aí. Genesis R-Kive é, indubitavelmente, um dos acontecimentos discográficos de 2014.


Breves notas sobre o cinema de Wong Kar Wai (6) - "Disponível Para Amar" (2000)

E, no ano da graça de 2000, Wong Kar Wai alcançou o zénite da sua (sétima) arte com a obra-prima Disponível Para Amar . É (mais) uma históri...