Adoro o mês de Novembro, na sua serena anunciação do Inverno, na calma tumultuosa da tempestade, no frio que aperta lembrando-nos que o afinal já é Outono. Sim, cada vez mais, Novembro é o mês do Outono, da queda das folhas que oferecem a sua tonalidade dourada à paisagem. As ruas molhadas convidam-nos a passear, muito mais que no Verão. Talvez por nos convidarem ao abrigo dos cafés, das lojas e do conforto do lar. Sim, gostamos mais do convívio quente, do calor afectivo do lar quando lá fora está frio. Mas para reconhecermos o valor da casa onde pertencemos é necessário sair, andar nas ruas, apreciar o que se produziu após mais um dia de trabalho, sentir a chuva molhar-nos o rosto, apertarmos o casaco, passarmos pela padaria mais próxima, sentirmos o cheiro a pão quentinho e desejarmos estar de novo em casa.
Novembro foi um bom mês. O novo GAEDE, finalmente, começa a ganhar a sua própria identidade; a Patrícia esteve por cá com boas novas de Londres; as ruas e casas começaram a iluminar-nos com as decorações de Natal; estreou a nova aventura de Robert Zemeckis - "Um Conto de Natal" -, que resultou em mais uma prodigiosa animação do realizador, com o seu jogo de sombras e a soberba interpretação de Jim Carrey (o maior actor americano dos últimos 15 anos?); Paddy McAloon regressou com um novo velho disco dos Prefab Sprout, gravado e executado totalmente por si no início da década de 90 do século passado, mas que só agora viu a luz do dia - "Let's Change The World With Music" -; e amanhã já é Dezembro.