quinta-feira, 28 de novembro de 2019

"Destino: Casamento" - de Victor Levin


Eis uma das melhores surpresas do ano cinematográfico. Destino: Casamento será, com certeza, um dos mais originais e refrescantes filmes de 2019. Trata-se de uma comédia amarga escrita e realizada por Victor Levin ao melhor estilo de Woody Allen.

É uma obra original com diálogos mordazes apenas entre duas personagens, dois cínicos, um homem e uma mulher, que se conhecem no percurso para o casamento do irmão de um deles. Durante o fim de semana da celebração vão aperceber-se de que são almas gémeas no despique, no humor negríssimo, na ironia, no niilismo existencial e que podem ser o remédio um do outro para o mal de vivre.

Winona Ryder e Keanu Reeves protagonizam o filme num autêntico estado de graça, dando corpo e alma - e plena autenticidade - aos dois anti-heróis anti-românticos.


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

"The House That Jack Built" - de Lars von Trier


Lars von Trier nunca foi tão explícito na sua misoginia quanto em "The House That Jack Built", filme sobre um psicopata com pretensões artísticas.

Jack é um engenheiro civil frustrado (o seu sonho era ter sido arquiteto), que persegue o projeto megalómano de construir uma casa à imagem de grandes obras renascentistas. Compara-se a artistas visionários como Glenn Gould e bebe inspiração em projetos distópicos do Terceiro Reich. Ao longo de mais de uma década, sublima a frustração e o vazio interior torturando e matando dezenas de pessoas.

Dividido em "cinco incidentes" ao ritmo de Fame de David Bowie, e com uma estética experimental (mais ousada do que em filmes anteriores do cineasta dinamarquês), a narrativa encaminha-se em direção ao apocalipse (com reminiscências de Melancolia e O Anti-Cristo), com Jack e o seu alter ego a percorrerem os sete círculos do inferno. Numa espiral de violência que não evita a exposição do horror, von Trier preenche o filme com autocitações (recorre a imagens dos seus últimos filmes) e manda às urtigas a sensibilidade e o pudor do espectador.

O filme é excelente e desde Drugstore Cowboy (Gus Van Sant,1989) que nunca tínhamos visto Matt Dillon assim, numa interpretação visceral, merecedora de um Óscar. 


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

"Crimes Sombrios" - polacos a falar inglês


Jim Carrey é um dos maiores atores vivos, embora frequentemente subaproveitado. Crimes Sombrios, filme assinado por um tal de Alexandros Avranos, proporciona uma ilusória oportunidade para Jim Carrey demonstrar a sua vocação dramática e versatilidade, já que se trata claramente um presente envenenado. Não existe qualquer propósito neste thriller vazio sobre crimes sexuais numa Polónia cinzenta e triste. Além de que não se percebe porque é que os polacos que pululam no filme conversam em inglês. Motivos comerciais, com certeza, mas não há nada que possa salvar um filme tão amador e vazio, que nem chega sequer a existir.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Estado da Nação (33) - Um País desgovernado por quem se governa a si próprio: o poder dos discípulos de Sócrates (5)

Francisco José Ferreira, Adjunto do Secretário de Estado da Proteção Civil, demitiu-se do cargo no dia 29 de julho deste ano. O motivo? Recomendou as empresas que forneceram as golas antifumo. Razão invocada pelo Governo de Costa? Não invocada. Por sinal, os portugueses não merecem saber a verdade.

Artur Neves, Secretário de Estado da Proteção Civil, demitiu-se do cargo no dia 19 de setembro último. O motivo? Foi constituído arguido. Razão invocada? "Motivos pessoais".

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Estado da Nação (32) - Um País desgovernado por quem se governa a si próprio: o poder dos discípulos de Sócrates (4)

Armindo Alves, Adjunto do gabinete do Secretário de Estado do Ambiente, demitiu-se do cargo em 3 de abril de 2019. O motivo? O familygate. Foi nomeado pelo primo. Razão invocada? Não divulgada.


Carlos Martins, Secretário de Estado do Ambiente, demitiu-se no dia 4 de abril de 2019. O motivo? O familygate. Nomeou o primo para adjunto. Razão invocada? "O assunto pode prejudicar o Governo, o PS e o senhor primeiro-ministro".

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Estado da Nação (31) - Um País desgovernado por quem se governa a si próprio: o poder dos discípulos de Sócrates (3)

José Azeredo Lopes, Ministro da Defesa da Geringonça, demitiu-se em 12 de outubro de 2018. O motivo? A trapalhada conhecida como caso de Tancos. Razão invocada? "Proteger as Forças Armadas".
Manuel Delgado, Secretário de Estado da Saúde, demitiu-se do cargo no dia 12 de dezembro de 2017. O motivo? As notícias que o ligavam à presidente da associação Raríssimas. Razão invocada? "Uma questão pessoal".

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Estado da Nação (30) - Um País desgovernado por quem se governa a si próprio: o poder dos discípulos de Sócrates (2)

Jorge Costa Oliveira, Secretário de Estado da Internacionalização, demitiu-se do cargo no dia 9 de julho de 2017. O motivo? O caso Galpgate: pediu a constituição de arguido (motivo igual alegou João Vasconcelos, já falecido). Razão invocada pelo próprio? "Não prejudicar o Governo".

Fernando Rocha Andrade, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, demitiu-se do cargo no dia 9 de julho de 2017. O motivo? Pediu a constituição de arguido no caso Galpgate. Razão invocada pelo próprio? "Não prejudicar o Governo".

domingo, 29 de setembro de 2019

Estado da Nação (29) - Um País desgovernado por quem se governa a si próprio: o poder dos discípulos de Sócrates (1)

Rui Roque, adjunto para os Assuntos Regionais do primeiro-ministro, demitiu-se do cargo em 25 de outubro de 2016. O motivo? O despacho de nomeação referia que era licenciado, quando não era. Razão invocada pelo Governo de Costa? Não divulgada. Às vezes, para manter o Poder a todo o custo, é preferível assobiar para o lado e fazer de conta que nada se passou. 

Nuno Félix, chefe de gabinete do Secretário de Estado da Juventude, demitiu-se do cargo em 28 de outubro de 2016. O motivo? O despacho de nomeação referia ter duas licenciaturas, que, na verdade, não terminou. Razão invocada pelo Governo de Costa? Não divulgada. Às vezes, para manter o Poder a todo o custo, é preferível assobiar para o lado e fazer de conta que nada se passou.

sábado, 28 de setembro de 2019

Estado da Nação (28) - Cancro nos corredores

«Todos os dias a realidade acentua o carácter criminoso de um sistema político que gasta dinheiro em golas inflamáveis quando não o aplica na Saúde. Por estes dias, nove doentes com cancro, alguns em fase terminal, estavam arrumados no corredor do serviço de Medicina no Hospital de Santa Maria. O hospital, para lá de não ter quartos onde meter pessoas que vivem os últimos dias da sua vida, não dispunha de almofadas para lhes dar um conforto mínimo no sofrimento. Querem que celebremos o quê? O menor défice em democracia? Só se fosse de compaixão, humanismo e decência (...).»
Eduardo Dâmaso, Sábado (Editorial de 26 de setembro)

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

"Thor: Ragnarok" - sangue novo de Taika Waititi

Quando já pensávamos que dos filmes da Marvel nada de novo poderíamos esperar, Taika Waititi troca-nos as voltas e insufla sangue novo na série Thor.

Neste último episódio, o entretenimento é garantido num argumento simples, mas original, e graças a uma realização com personalidade.

Thor é preso noutro lado do universo sem o seu martelo poderoso e vê-se numa corrida contra o tempo para regressar a Asgard e impedir o Ragnarok - a destruição do seu planeta e o fim da civilização asgardiana, agora nas mãos de uma nova ameaça, a implacável Hela, irmã de Thor.

O filme é tão sério e profundo quanto isso. Mas é, em boa verdade, um objeto honesto que só pretende divertir e, nesse sentido, cumpre plenamente os seus objetivos.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

"Annabelle 2: a criação do mal" - filme de terror exemplar


David F. Sandberg assina mais uma prequela da saga iniciada pelo mestre James Wan, conseguindo a proeza de absorver e aplicar o livro de estilo dos filmes de terror sem ser redundante ou aborrecido. A realização é, de facto, exemplar e com pormenores que evidenciam mão de mestre.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Banda sonora para o outono (39) - Lloyd Cole: "Guesswork"

Eis o primeiro grande disco para o outono que agora começa. Estivessem as estações do ano a revelarem os padrões que outrora as definiam e as canções de Lloyd Cole seriam a banda sonora melancólica perfeita.

Cantautor veterano, poeta de primeira água e compositor inspirado, Cole talvez seja o maior herdeiro de Leonard Cohen. 

Guesswork está aí para se tornar um clássico. Neste álbum, o autor de Rattlesnakes (1984) experimenta sonoridades eletrónicas com a classe e a sofisticação a que nos habituou desde aquele disco seminal. Ouça-se, com a atenção que o artista britânico merece, as canções Night sweats, Violins, The afterlife e When I came down from the mountain, momentos de génio de uma obra sublime.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Adeus, Ric Ocasek (1944-2019)


Com os The Cars, marcou o som das décadas de 70 e 80. Mas Ric Ocasek destacou-se também como produtor e autor de um excelente álbum a solo - This side of paradise (1986). Nos últimos anos de vida, dedicou-se à poesia e à pintura.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Estado do Mundo (50) - Distopias politicamente corretas: os novos fundamentalismos


Rex Goldsmith, dono de uma peixaria famosa em Londres, viu algumas das fotos dos seus peixes, que partilhou no Instagram, serem censuradas e classificadas como "perturbadoras". Ele não encontra explicação, mas suspeita que a condenação das suas fotografias seja da responsabilidade de vegans fundamentalistas.

domingo, 22 de setembro de 2019

"Dor e Glória" - de Pedro Almodóvar


A memória foi sempre a matéria-prima dos filmes do período de maturidade de Almodóvar. Enquanto cinéfilo adolescente, nos idos de 80 do século anterior, nunca me deixei conquistar pelo então jovem cineasta espanhol. Negros hábitos (1983), Que fiz eu para merecer isto? (1984), Matador (1986), A lei do desejo (1987), Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988) ou Ata-me (1989) eram, para mim, filmes sobrevalorizados de um realizador histriónico.

Tudo mudou quando vi, no saudoso Cinema Nun'Álvares, no Porto, o thriller negríssimo Em carne viva (1997). Percebi, então, que Almodóvar se tornara um autor maduro que aprendera a apurar a escrita e o sentido estético. De resto, neste momento, julgo que Almodóvar é, com De Palma, o maior herdeiro de Hitchcock.

Dor e Glória, o seu mais recente filme, não está à altura do filme que destaquei (assim como de Tudo sobre a minha mãe (1999) ou Julieta (2016)), embora seja talvez a obra mais pessoal de Almodóvar. Conta-nos acerca da crise existencial de um realizador de meia idade que, a pretexto do restauro, pela Cinemateca de Madrid, do seu filme mais célebre, passa em revisão as vivências mais marcantes do seu passado: a infância pobre na aldeia natal, a ida forçada para o seminário, a descoberta da identidade sexual, o sonho de viver na capital, o amor da sua vida, a morte da mãe e o regresso às raízes.

Estamos perante uma espécie de "Almodóvar 8 1/2". Mas não nos deixemos enganar por esta referência, pois a analogia com o clássico de Fellini fica-se por aí, pela superfície da sinopse e pela desmontagem do artifício cinematográfico no plano final (belíssimo, diga-se de passagem). Neste sentido, Dor e Glória é, objetivamente, obra almodóvariana: nas personagens, nas cores garridas a evocar o technicolor clássico e a Pop Art, no rigor formal, na banda sonora, no humor ácido e até no experimentalismo contido (veja-se a sequência de animação, que resolve em três tempos grande parte da história das dores e glórias do protagonista).

Antonio Banderas parece ter esperado toda a carreira por este filme, confundindo-se inteiramente com a personagem que interpreta. Será, com certeza, um dos melhores filmes de 2019. Mas há algo de excessivamente transparente nesta assumida autoficção (Salvador Mallo bem podia chamar-se Pedro Almodóvar, tantos os episódios e referências da sua vida que se confundem com a biografia do próprio realizador; a exposição das fotografias dos pais de Almodóvar no quarto da mãe de Salvador torna tudo demasiado evidente) que coloca Dor e Glória alguns passos aquém do estatuto de obra-prima.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

"David Lynch: a vida arte" - um documentário de Jon Nguyen, Rick Barnes e Olivia Neergaald-Holm

Documentário discreto e intimista (tanto quanto o complexo Lynch terá permitido) sobre o icónico artista norte-americano, é uma porta de entrada para o seu universo, sobretudo enquanto pintor, mas que deixa a porta do quarto apenas ligeiramente entreaberta, nunca nos permitindo, portanto, aceder plenamente às motivações por detrás dos seus filmes, música e livros. Ficamo-nos pelos seus quadros e terminamos com a recordação do ano em que concluiu a sua primeira longa-metragem, Eraserhead. Claro que há por aqui delicadas memórias de infância, confissões sobre crises de identidade, conflitos com os pais, lembranças que remetem para o universo de Veludo Azul, mas fica a sensação agridoce de que queríamos saber muito mais acerca dos seus filmes pós-Eraserhead. Ainda assim, é sempre melhor uma obra sobre Lynch do que nenhuma.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

"Baby Driver: Alta Velocidade" - uma fulgurante primeira meia hora

Baby é um hábil condutor de automóveis, apesar do seu ar imberbe, com uma dívida a um mafioso que o obriga a pagá-la mediante prestações que implicam a participação, como motorista, em assaltos. Baby marca o ritmo dos assaltos a partir de música minuciosamente selecionada no sei iPod, a qual surge como supressão de um problema auditivo que o faz sentir um zumbido constante nos ouvidos.

Eis a promissora premissa de Baby Driver: Alta Velocidade, que o realizador britânico Edgar Wright pretende que seja visto como um musical de ação. Mas a fulgurante primeira meia hora de filme é rapidamente desperdiçada em mais 90 minutos marcados pelo vazio de ideias e por personagens de plástico que, por muito que sejam (bem) defendidas por atores competentes, nunca perdem o tom cartoonesco nem adquirem um leve rasgo de humanidade. No fundo, Baby Driver surge na linha do mais vulgar filme da Marvel.

Curiosamente, Wright não soube como aproveitar a inspiração do saudoso The Driver, filme que Walter Hill (que tem um breve cameo em Baby Driver) realizou magistralmente em 1978. 40 anos depois, ainda não há cineasta à altura de Hill.




terça-feira, 17 de setembro de 2019

"Os incorruptíveis contra a droga" - Um policial nervoso, de William Friedkin


The french connection é talvez o melhor policial da história do cinema. Pleno de grão, de rugosidade, de névoa, de uma luz escura, é um filme cru. Sem contemplações com a beleza estética ou interessado em agradar ao público, Friedkin constrói uma película assertiva, roçando por vezes a forma do cinema documental direto ao osso (veja-se a cena inicial no bar repleto de clientela pouco recomendável e no modo como o realizador filma o grupo de soul music que nele atua).

Nesta obra não há propriamente bons e maus, há sim narcotraficantes e polícias empenhados na sua missão. E há um Gene Hackman, como sempre, a interpretar como se disso dependesse a redenção da humanidade. Ah!, e há uma cena verdadeiramente antológica, em que o icónico detetive Popeye Doyle persegue, de automóvel, o metro pelas ruas sujas da Nova Iorque da década de 70. De um realismo pulsante e capaz de envergonhar qualquer sequência de perseguição da série Velocidade Furiosa. Curiosamente, esta cena só tem paralelo na de outro filme de Friedkin, realizado na década seguinte, Viver e morrer em Los Angeles.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

"Paulina na Praia" - Um verão, por Eric Rohmer


Porque é que ainda vale a pena revisitar o Rohmer de Comédias e Provérbios, ciclo de filmes assinados pelo admirável realizador francês na já longínqua década de 80 do século passado? Porque a simplicidade singular do seu cinema seria válida ainda hoje.

Em boa verdade, a história dos amores de verão de uma adolescente e da sua tia tem um lado folhetinesco tão apelativo hoje como há quase 40 anos atrás. Depois há a espontaneidade de uma narrativa que capta, conta e vai revelando as camadas das personagens (só aparentemente lineares) sem as julgar. 

Sim, como sempre, Rohmer moraliza sem julgar, como se se tratasse tão-só do humano que há em todos nós. E, nessa humanidade, o desejo vai-se sobrepondo à romantização das intenções.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

"Traição" (1950) - Reavaliar Mitchell Leisen



Para muitos, Mitchell Leisen foi apenas o "costureiro de Hollywood", dado ter-se destacado na criação de figurinos para muitos clássicos da Sétima Arte, sobretudo nos inícios do cinema sonoro. No entanto, Leisen teve uma interessante carreira como realizador. "Traição", fita de 1950 protagonizada por Alan Ladd, é bem elucidativa das suas qualidades de artesão. Típico filme do pós-guerra, foca-se na história de Webb Carey, um oficial do exército norte-americano que regressa a Milão para tentar descobrir quem traiu a sua equipa de agentes especiais, durante a Segunda Guerra Mundial. A sua antiga amada, que ele julgava morta às mãos dos nazis, está afinal viva, mas casada com um Barão local, que Carey suspeita ser o principal responsável pelo conluio que quase o matou às mãos das tropas alemãs.
"Traição" é uma lição de economia narrativa, sem preocupações estilísticas, para além de enquadramentos simples, que deixam espaço para a história fluir na sua essência narrativa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

"Glass" (2019), de M. Night Shyamalan


Culminar de uma trilogia inicada em 2000 com o noturno "Unbreakable", e retomada apenas em 2016 com o frenético "Split", "Glass" é uma inteligente resposta aos filmes produzidos pela Marvel. Só que este brinquedo perverso de Shyamalan não é para adolescentes. É antes um filme escrito e realizado com precisão geométrica, à boa maneira do cinema clássico.

Breves notas sobre o cinema de Wong Kar Wai (6) - "Disponível Para Amar" (2000)

E, no ano da graça de 2000, Wong Kar Wai alcançou o zénite da sua (sétima) arte com a obra-prima Disponível Para Amar . É (mais) uma históri...