Documentário discreto e intimista (tanto quanto o complexo Lynch terá permitido) sobre o icónico artista norte-americano, é uma porta de entrada para o seu universo, sobretudo enquanto pintor, mas que deixa a porta do quarto apenas ligeiramente entreaberta, nunca nos permitindo, portanto, aceder plenamente às motivações por detrás dos seus filmes, música e livros. Ficamo-nos pelos seus quadros e terminamos com a recordação do ano em que concluiu a sua primeira longa-metragem, Eraserhead. Claro que há por aqui delicadas memórias de infância, confissões sobre crises de identidade, conflitos com os pais, lembranças que remetem para o universo de Veludo Azul, mas fica a sensação agridoce de que queríamos saber muito mais acerca dos seus filmes pós-Eraserhead. Ainda assim, é sempre melhor uma obra sobre Lynch do que nenhuma.
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