Porque é que ainda vale a pena revisitar o Rohmer de Comédias e Provérbios, ciclo de filmes assinados pelo admirável realizador francês na já longínqua década de 80 do século passado? Porque a simplicidade singular do seu cinema seria válida ainda hoje.
Em boa verdade, a história dos amores de verão de uma adolescente e da sua tia tem um lado folhetinesco tão apelativo hoje como há quase 40 anos atrás. Depois há a espontaneidade de uma narrativa que capta, conta e vai revelando as camadas das personagens (só aparentemente lineares) sem as julgar.
Sim, como sempre, Rohmer moraliza sem julgar, como se se tratasse tão-só do humano que há em todos nós. E, nessa humanidade, o desejo vai-se sobrepondo à romantização das intenções.
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