Em O Rapaz da Montanha, Rodrigo Leão regressa ao formato conceptual que atravessa grande parte da sua obra, desta vez numa dimensão assumidamente autobiográfica. O disco convoca memórias da infância e juventude num país ainda marcado pela ditadura, mas projeta igualmente as conquistas e virtudes da democracia nascida após o 25 de Abril de 1974. A música, fiel à identidade do compositor, mantém-se melancólica, nostálgica e orquestral, explorando paisagens sonoras que oscilam entre a intimidade pessoal e a memória coletiva. Ao mesmo tempo evocativo e reflexivo, o álbum confirma a singularidade de Rodrigo Leão enquanto narrador musical da experiência portuguesa, capaz de transformar recordações em emoção partilhada e em obra de grande densidade artística.
Um disco bem apropriado para nos acompanhar nestes dias pré-outonais.

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