O novo capítulo da saga pós-apocalíptica Mad Max é um extraordinário delírio visionário de um cineasta que, aos 70 anos, assina um filme de ação movido a energia adolescente e savoir faire de autor veterano.
Na verdade, George Miller parece ter sentido saudades do cinema instintivo da trilogia protagonizada por Mel Gibson há 30 anos atrás. Como se trata de uma prequela do capítulo produzido em 1985, Tom Hardy assume com competência o lugar do ator australiano ladeado por uma insólita companheira de luta de olhar intenso e alma ferida (Charlize Theron como nunca a tinhamos visto).
O futuro segundo Miller é assim: um lugar inóspito, abrasador, desértico, quase irrespirável, mutante, em tumorização, pós-anarquista, pós-darwinista, onde a força bruta garante o poder, que é o mesmo que dizer água e gasolina.
"Mad Max: Estrada da Fúria" é o melhor e mais ousado filme de ação desde o irrepetível "Streets Of Fire", orquestrado por Walter Hill em 1984.

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