Se Gillian Flynn já mereceu o estatuto de legítima herdeira (na forma e no conteúdo) do estilo narrativo de Patricia Highsmith, Paula Hawkins e Darcey Bell mais não são do que artesãs de sucedâneos de marca branca travestidas de autoras-sensação do momento.
Na verdade, a densa e complexa perversidade, o intenso negrume que contorna a alma humana (e que Flynn tão bem tem conseguido replicar nas suas obras), em Um Pequeno Favor (tal como na obra que popularizou Paula Hawkins, A Rapariga no Comboio) fica reduzido a um grosso traço esquemático que tudo revela e nada esconde. Entediante!
Nota final: Curiosamente, o livro de Bell inspirou uma excelente adaptação cinematográfica hitchcockiana assinada por Paul Feig, provando, uma vez mais, que nem sempre o livro é melhor do que o filme. Há livros que, aparentemente, nasceram para servir esse propósito, o de germinarem bons filmes. De resto, Hitchcock fê-lo, exemplarmente, ao longo da sua extensa filmografia.

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