sábado, 26 de dezembro de 2015

"A Visita" - o regresso de um autor

Saúda-se o regresso de M. Night Shyamalan ao Cinema (assim mesmo, com C maiúsculo). A Visita é um clássico instantâneo: comédia de terror, o (in)esperado twist final impede A Visita de poder ser um filme para toda a família. Ainda bem, uma vez que a aparente simplicidade da narrativa e a ausência de efeitos especiais constituem marcas maiores de um autor que nos trouxe obras tão memoráveis quanto O Sexto Sentido, O Protegido, Sinais, A Vila e O Acontecimento.

Filmado com a estética found footage, A Visita supera todas as obras com esse formato. É que Shyamalan confere a alma que falta aos produtos de outros aspirantes a cineasta. A fita em análise tem personagens e verdadeiros atores (ainda que sem vedetas).

Dois irmãos adolescentes vão passar alguns dias com os avós que nunca conheceram. Apesar do carinho com que são recebidos, os netos ficam perplexos quando lhes é dito que não podem sair do quarto depois das 21h30. Decididos a desvendar a razão de tal interdição, descobrem que os avós não são os velhinhos encantadores que pareciam à primeira vista.

A história, além de apontamentos autobiográficos (a personagem de Rebecca, a irmã mais velha, é quase um alter ego de Shyamalan), mantém as referências spielbergianas (a ausência incompreendida da figura paterna) que já havíamos visto em O Sexto Sentido, e consolida a reputação de M. Night Shyamalan como esteta e autor maior.


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