Paul Haggis assina em "72 Horas" um thriller capaz de suspender o tempo psicológico do espectador durante cerca de duas horas. O filme conta a história de um homem banal, professor numa escola secundária, que assiste impotente à condenação da sua mulher por homicídio. O seu amor incondicional leva-o a encetar várias tentativas de a libertar da prisão, planeando uma fuga algo desastrada mas sempre movida pelos afectos mais profundos e humanos.
A película segue a tradição do cinema de inspiração liberal norte-americano, centrando-se num homem decente, que persiste numa luta solitária contra um sistema judicial fechado em leis cegas, encontrando como única solução possível usar o crime para combater a injustiça. Russell Crowe tem aqui um papel bigger than life, encontrando sempre o tom certo para conferir dignidade ao personagem que interpreta.
Um dos melhores filmes do ano, estranhamente arredado da corrida aos Óscares 2011.
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