segunda-feira, 31 de julho de 2017

"Jogo de Damas" - improvisações sobre a perda


Patrícia Sequeira, realizadora com larga experiência no universo televisivo, assina em Jogo de Damas uma espécie de Os Amigos de Alex no feminino, mas sem a caução identitária (exceção feita ao uso da canção Amanhã é sempre longe demais, gravada em 1989 pelos Rádio Macau) do filme que Lawewnce Kasdan realizaou em 1983.

Cinco mulheres reúnem-se após o funeral de uma amiga em comum. Ao longo de uma noite partilham segredos e refletem sobre o sentido das suas vidas.

Jogo de Damas tem uma premissa sedutora, embora desperdiçada precisamente devido ao exercício de improvisação das atrizes que, paradoxalmente, nunca penetra além da superfície do lugar-comum, ganhando em artifício televisivo o que perde em espontaneidade. É, aliás, esse o calcanhar de Aquiles da conceção de Patrícia Sequeira: o dispositivo televisivo nunca se revela capaz de disfarçar a ambição cinematográfica. Não é Ingmar Bergman ou George Cukor quem quer.

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