Da Primavera sueca chega-nos um livro escrito com uma simplicidade desarmante por um psiquiatra e intelectual prestigiado.
Em O Velho e o Gato, Nils Uddergerg, antigo professor universitário na área da Psiquiatria, conta como, numa fria manhã de Inverno, se tornou dono de uma gata, embora nunca tenha desejado qualquer espécie de animal doméstico. Ao longo da obra, o autor vai narrando a forma como o pequeno felino se introduziu, suave mas firmemente, na sua vida. Nessa leve e permanente intromissão, o autor encontra a oportunidade para especular acerca da vida interior do gato, bem como refletir sobre a natureza da relação entre um animal e um ser humano.
Longe de ser uma obra literária incontornável (nem sequer aspira alcançar tal estatuto), O Velho e o Gato vale, sobretudo, enquanto ato de humildade intelectual ao não pretender ser mais do que aquilo que é: o registo afetivo de uma vinculação inesperada na terceira idade do seu autor.

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