Grant Heslov cometeu a proeza de reunir alguns dos maiores actores do momento (George Clooney, Jeff Bridges, Ewan McGregor, Kevin Spacey) e recuperar um género cinematográfico que parecia perdido, a saber: a comédia passada em cenário de guerra, no presente caso, a Guerra no Iraque. São muitos os filmes que conseguiram filmar a guerra num tom mordaz, mas profundamente crítico. Basta lembrar títulos como "M.A.S.H.", de Robert Altman (1970), "Onde Fica a Guerra?", de Jerry Lewis (1970), "1941", de Steven Spielberg (1979) ou "O Pelotão Chanfrado", de Ivan Reitman (1981), todos eles obras-primas que, com certeza, terão servido de inspiração a "Homens que matam cabras só com o olhar", de Grant Heslov.
Tendo como base a novela de Jon Ronson, é um filme com uma sinopse tão surreal como o seu título, conseguindo perspectivar criticamente a intervenção americana no Iraque, mas que também pode ser visto como um olhar irónico sobre qualquer guerra. Acima de tudo, estamos perante um objecto fílmico singular no panorama cinematográfico contemporâneo, nomeadamente no contexto da produção norte-americana que tem tido o cuidado de transfigurar a guerra em objectos assumidamente sérios, sejam filmes de acção ("Green Zone", de Paul Greengrass, por exemplo) ou películas sobre a guerra (o oscarizado "The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow).
"Homens que matam cabras só com o olhar" é um libelo pacifista num mundo político cada vez mais marcado pelo conceito de guerra preventiva. Um filme a ver com sentido de humor.
Trailer de "Homens que matam cabras só com o olhar", de Grant Heslov
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