"Afogados" é uma insólita obra escrita por Carlos Eugenio Lopez, que analisa a Espanha através da perspectiva de dois anónimos gangsters em travessia por La Mancha numa madrugada de Outono. Na bagageira do carro transportam o cadáver de um imigrante narroquino e, enquanto viajam, estabelecem um diálogo ininterrupto acerca do passado de Espanha, do presente e do futuro. A estrutura narrativa é mesmo essa: um diálogo contínuo sem qualquer interferência de um narrador presente ou ausente, como se de um filme ou de uma peça de teatro se tratasse. A nós, leitores, resta-nos acompanhar os discursos desconcertantes dos dois filósofos de pacotilha, que reflectem sobre amor, sexo, infidelidade, morte, religião, política, imigração e até o sentido da existência. Como num filme de Quentin Tarantino...

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