W. Somerset Maugham foi um dos maiores escritores de língua inglesa de sempre. Li há pouco tempo "O Fio da Navalha", um actualíssimo não-romance que mistura o estilo autobiográfico com a ficção. Narra a história de um escritor (Somerset Maugham, precisamente) que se cruza ao longo de três décadas (dos anos 10 aos anos 30 do século XX) com Larry, um gentil norte-americano em ruptura com os valores do capitalismo e em perpétua busca pelo sentido da vida.
Em "O Fio da Navalha", Maugham descreve o apogeu económico da América nos anos 10 e 20 até aos efeitos da Grande Depressão na década de 30. Por entre o deslumbre capitalista e a turbulência económica, acompanhamos a saga de Larry pela Europa e Índia, sempre à procura de respostas para as questões filosóficas de sempre. Trata-se de um bom livro, que nos faz repensar acerca da alienação e ilusão causadas pelo fascínio exercido pelos bens materiais na nossa vida. Afinal, ser e ter nunca foram sinónimos.

Sem comentários:
Enviar um comentário