Com uma carreira que abarca perto de cinco décadas, Chico Buarque lançou recentemente Chico, um disco simples e imediato, refinado e letrado, coeso e sereno. Aos 67 anos, o músico carioca perspetiva com um certo humor distanciado o sentimento mais universal. Na verdade, o amor é aqui cantado com uma doçura sem idade e uma bondade inigualável, seja por um cão abandonado ("Querido Diário", a faixa de abertura do álbum), por uma mulher (em "Barafunda", Chico Buarque canta: "juro que eu ia até ao Cazaquistão atrás dela") ou pela própria música ("Não sei porquê, outra história de amor a essa hora", versos cantados em "Tipo um Baião", canção que homenageia o género musical popularizado por Gonzaga).
Chico é um belíssimo disco, simultaneamente alegre e melancólico, assinado por um artista que já nada tem a provar ao mundo, a não ser o prazer de viver e de transformar a vida em arte.
Chico Buarque - "Querido Diário"

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