terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Vanishing on 7h Street" - um filme subtil de um cineasta discreto

Brad Anderson tem sido responsável por alguns dos filmes mais interessantes dos últimos dez anos, mesmo que o grande público tenha passado ao lado das suas obras e do seu nome. Da sua filmografia, destacam-se "O Maquinista" (2004) e "Transsiberian" (2008), filmes onde a tensão é acentuada por uma mise-en-scène geométrica e uma iluminação claustrofóbica. A sua película de 2011 não teve direito a estreia nas salas de cinema portuguesas e foi praticamente ignorada nos Estados Unidos da América. Ainda assim, que não se deixe o cinéfilo mais exigente levar pelas opiniões que vêm de fora. Na verdade, "Vanishing on 7h Street" é uma parábola subtil, centrada num huis clos apocalíptico, sobre a importância da luz num mundo invadido pelas trevas.

É legítimo vermos em "Vanishing on 7h Street" uma atualização da alegoria da caverna de Platão, texto que tem inspirado algumas das obras mais interessantes do cinema de ficção científica (por exemplo, a trilogia "Matrix"). Imaginemos que, de súbito, a luz desaparece da Terra, dando lugar a um mundo de sombras que aniquilam qualquer forma de vida. O pouco que resta da humanidade procura proteger-se das trevas com lanternas ou procurando os poucos espaços que ainda possuem luz artificial. O que sobra desta sinopse são elementos simbólicos que desafiam o espectador a deixar-se envolver por este filme delicado, que privilegia o trabalho dos atores em detrimento de efeitos visuais ou de um qualquer exercício de estilo.

Trailer de "Vanishing on 7h Street"


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