domingo, 23 de outubro de 2011

"Debate Pela Liberdade" - um filme inspirador

Denzel Washington estreou-se na realização com um filme discreto, mas que ensaiava já os passos para o crescimento formal de um experiente ator feito agora cineasta. A singular película chamava-se "Antwone Fisher" e centrava-se na relação entre um psiquiatra e um jovem soldado a braços com um passado familiar traumático e fraturante. O que mais se destacava na fita era a direção de atores segura, típica de quem construiu a sua carreira nessa profissão.

Nesse sentido, "Debate Pela Liberdade" representa, para Denzel Washington, uma significativa evolução como cineasta. Que não haja dúvidas: trata-se de um filme dramático à altura de grandes clássicos da história do cinema, particularmente do tipo de filmes engajados com causas sociais e políticas, como já há muitos anos não víamos (vêm-me à memória "Reds" de Warren Beatty, "Peço a Palavra" de Frank Capra, "Malcom X" de Spike Lee, "JFK" de Oliver Stone, "Terra Sangrenta" de Roland Joffé, "Mississipi em Chamas" de Alan Parker, "Danças Com Lobos" de Kevin Costner, "Tempo de Glória" de Edward Zwick).

O professor Melvin B. Tolson (mais uma rigorosa interpretação de Denzel Washington) dá aulas de literatura na Universidade de Wiley, no Texas, nos anos 30 do século passado. Em 1935, resolve criar um novo grupo de debate selecionando os melhores alunos da universidade. A premissa da história é verdadeira. Na verdade, Tolson influenciou os seus alunos a formarem a primeira equipa de debate constituída exclusivamente por alunos negros numa América ainda dilacerada pelo racismo, desafiando a Universidade de Harvard numa competição de retórica persuasiva. Que fique, uma vez mais, claro: "Debate Pela Liberdade" é um grande, inspirador e emocionante filme.

Trailer de "Debate Pela Liberdade", de Denzel Washington


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