sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Estado da Nação - Mário Soares, o último monarca português


Mário Soares afirmou recentemente que "o Governo está moribundo", pedindo a sua substituição sem recurso a eleições antecipadas. Este é o mesmo animal político que, quando era primeiro-ministro do IX Governo Constitucional, entre 1983 e 1985, advogou que "os problemas económicos de Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto". Acrescentou que "quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem das medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este Governo". Lembrou ainda que "Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos". Nesses anos da década de oitenta, assim que tomou posse o Governo do Bloco Central, liderado por Soares, iniciaram-se conversações com o FMI, das quais resultaram um acordo com medidas de austeridade extremamente duras. Em boa verdade, esse foi já o segundo memorando com o FMI assinado pelo antigo líder do PS, que repetira o que tinha feito em 1977. 

Convém não esquecer que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho vai cortar 30% dos financiamentos à Fundação Mário Soares, que recebeu do engenheiro José Sócrates 1,2 milhões de euros entre 2008 e 2010. Muito provavelmente, Soares ainda sabe fazer contas quando se trata de viver à custa do Estado. E ainda há quem não veja a marosca e lhe dê crédito?

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