
"Lua Nova" é o segundo livro da tetralogia "Luz e Escuridão", saída da pena criativa de Stephenie Meyer. Já aqui tínhamos escrito sobre "Crepúsculo", a primeira parte da saga vampiresca adaptada com sucesso ao cinema por Catherine Hardwicke. Comparando as duas obras, chegamos à conclusão que a que agora se analisa resulta numa continuação expectável da primeira parte: o romance entre Edward e Bella começa a ganhar contornos cada vez mais trágicos (aliás, a referência inicial a "Romeu e Julieta", de William Shakespeare, não é fortuita, reforçando antes a dimensão trágica - o amor impossível - dos heróis desta história), levando até a uma forçada e prolongada separação entre os dois. A partir daqui, a autora conduz-nos pelo sofrimento apaixonado de Bella que, estranhamente, descobre uma maneira de se (re)aproximar de Edward, a saber: desafiar o perigo. A protagonista procura também na amizade com Jacob uma compensação para a ausência do seu ex-namorado, relação que a conduzirá a revelações surpreendentes.
Em relação a "Crepúsculo", "Lua Nova" ganha em ritmo e tensão dramática, mas perde no campeonato do suspense, sobretudo no que concerne à previsibilidade das acções de Jacob, pois já todos sabemos, desde o primeiro livro, que ele é lobisomem. No entanto, Stephenie Meyer continua a criar as suas imagens recorrendo a palavras escolhidas com delicadeza, pelo que os contornos míticos e poéticos da relação central da obra mantêm a força do livro anterior. Neste aspecto, o capítulo vinte - Volterra - é exemplar: construído a um ritmo feérico e vertiginoso, alcança uma intensidade e negrume raros na literatura fantástica contemporânea.
"Lua Nova" é uma obra a ler sem preconceitos, colocando apenas duas condições ao leitor interessado: espírito ecléctico e leitura prévia de "Crepúsculo". Para os fãs desta série de culto - que já há muito leram o livro - resta esperar pelo filme, que desta vez traz a assinatura de Chris Weitz.
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