Judd Apatow é um dos comediantes, guionistas, produtores e realizadores mais interessantes dos últimos trinta anos. A sua prolífica carreira inclui a assinatura de filmes tão hilariantes e singulares (no sentido de não se limitarem a repetir fórmulas, antes evidenciado marcas do seu autor) como Virgem aos 40 e Aguenta-te aos 40!. A sua obra mais recente, O Rei de Staten Island, é uma comédia brilhante sobre um adolescente tardio que vive desorientado desde a morte do seu pai, um bombeiro que morreu em serviço. Scott, o protagonista, tem já 24 anos mas ainda vive com a mãe, não concluiu o ensino secundário, está desempregado e sem vontade de encontrar trabalho, passa os dias a fumar erva e a exercitar as suas competências como tatuador, embora o seu talento como desenhador seja, no mínimo, peculiar.
Apatow dá ao filme um sentido de espontaneidade, como se tudo fosse simples captação da realidade em bruto. Para esse realismo muito contribui a excelência dos atores e do argumento baseado na vida do ator principal, Pete Davidson. Estamos, portanto, perante um curioso exercício de autoficção.
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