Em 1955, Michael Curtiz, icónico artesão do cinema clássico norte-americano, realizou o filme de Natal menos natalício de que há memória. Trata-se de uma comédia perversa, de seu nome Veneno de Cobra (no original, We're No Angels), que tem por protagonistas Humphrey Bogart (num registo atípico, mostrando todo o seu talento como ator), Aldo Rey e Peter Ustinov, interpretando três foragidos da prisão francesa de máxima segurança da Ilha do Diabo. Os nossos (anti-)heróis planeiam assaltar uma honesta família de comerciantes e escapar num barco, mas acabam por se enternecer com os problemas financeiros e dramas românticos da simpática família, resolvendo (no mínimo, de forma moralmente questionável) os seus problemas, precisamente na noite de Natal.
Um filme simples, com diálogos inteligentes e hilariantes, desenhado com o rigor formal a que Curtiz sempre nos habituou (e deslumbrou).
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