domingo, 9 de agosto de 2009

"Incendiário" - efeitos do terrorismo


Sharon Maguire, responsável pelo insípido "O Diário de Bridget Jones", regressou à realização assinando "Incendiário", um interessante filme acerca dos efeitos do terrorismo na vida das famílias que perderam e, infelizmente, perdem entes queridos em atentados terroristas.

Ainda com a memória dos últimos ataques da Al-Qaeda em Londres, "Incendiário" adapta o romance, com o mesmo nome, do escritor britânico Chris Cleave, que se viu envolvido em polémica ao abordar o modo como as forças especiais de combate ao terrorismo, por vezes, ocultam indícios mais que prováveis de atentados à bomba, arriscando a vida de centenas de civis inocentes, sob o pretexto de dar seguimento às investigações de agentes infiltrados em células terroristas. Curiosamente, o livro foi lançado em Inglaterra a 7 de Junho de 2005, data em que deflagraram os atentados mencionados no início deste parágrafo.

A história é simples: uma jovem mãe (interessante interpretação de Michelle Williams) depede-se do filho e do marido, que vão assistir a uma partida de futebol no estádio do Arsenal. Frustrada com a falta de carinho que recebe do marido, encontra-se com um jornalista (Ewan McGregor num registo em surdina) com quem iniciou há poucos dias uma relação amorosa. Mas um atentado terrorista durante o jogo de futebol faz centenas de vítimas mortais, entre elas o marido e o filho.

O que vem a seguir é uma reflexão em torno da dor e do sentimento de culpa. A mulher sofre - e quase enlouquece -, sobretudo, devido à perda do filho de cinco anos, procurando redimir-se aproximando-se do filho adolescente do bombista responsável pelo atentado. No entanto, a questão fundamental a que o filme tenta responder é a seguinte: no combate ao terrorismo, os fins justificam os meios? "Não!", responde a cineasta. "Nunca!", diremos nós à saída da sala de cinema.

Trailer de "Incendiário", de Sharon Maguire


Sem comentários:

Enviar um comentário

Breves notas sobre o cinema de Wong Kar Wai (6) - "Disponível Para Amar" (2000)

E, no ano da graça de 2000, Wong Kar Wai alcançou o zénite da sua (sétima) arte com a obra-prima Disponível Para Amar . É (mais) uma históri...