Depois do que, na semana anterior, muito justamente se escreveu sobre Raul Solnado, cabe-me prestar-lhe aqui (mais) uma sentida homenagem.
O actor português que tanto fez rir o público com a variedade de caretas e expressões que - qual mimo - brilhantemente fazia, gostava de recordar que tinha vindo ao mundo em ano de recessão económica (nasceu a 19 de Outubro de 1929) e que, talvez por isso, estava longe de ser avarento. Trabalhava, sobretudo, por amor ao ofício de actor. A rábula de "A Guerra de 1908" (adaptação do texto do actor espanhol Miguel Gila) mostrou a genialidade de Solnado ao conseguir escapar ao lápis azul e, em plena Guerra Colonial, criticar de forma indirecta o contexto político da época.
No entanto, para mim, que sou de uma geração que teve a sua infância nos anos 70 e viveu a adolescência na década seguinte, Raul Solnado ficará para sempre associado, na televisão, ao programa "A Visita da Cornélia" e, no cinema, à magistral interpretação em "A Balada da Praia dos Cães", obra-prima realizada por José Fonseca e Costa em 1986. Estranhamente, não se encontra qualquer excerto ou trailer deste filme na internet. Esperemos que se faça justiça relançando o filme em DVD.
"A Guerra de 1908", por Raul Solnado
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